O Dia Mundial Sem Tabaco foi instituído no dia 31 de maio de 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo. Estudos realizados em 2021 mostram que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano.
O presidente da Sociedade Paraibana de Pneumologia, Alexandre Araruna, alerta para o perigo do tabaco. “O cigarro é composto por mais de 4.700 substâncias químicas das mais variadas, desde material radioativo, alcatrão, materiais tóxicos, cancerígenos e, em especial, a nicotina, que é um dos componentes essenciais ao vício”. Ele explica que ninguém fuma porque quer, mas, sim, porque na maioria das vezes prova o cigarro na adolescência, sem ter muita noção, e se vicia. Quando quer deixar, não consegue, porque a nicotina oferece uma sensação latente de prazer.
O Dr. Alexandre lembra que os fumantes vivem 12 anos a menos em relação a quem nunca fumou. Os fumantes passivos também pagam o preço, pois a inalação frequente do cigarro alheio pode desenvolver, com muito mais chances, várias doenças. Então, grupos especiais de pessoas como as asmáticas, que tem problemas respiratórios, e as gestantes, precisam tentar ficar longe dos fumantes para evitar maiores problemas:
“Naturalmente, quem inala essas substâncias ativas vai pagar o preço no seu organismo, porque vão desenvolver, ao longo do tempo, várias doenças. Desde garganta, boca, os brônquios, pulmões, entre outros órgãos. Temos como exemplo a enfisema, o chamado “pulmão queimado”, e o câncer de pulmão, que é extremamente agressivo. Quando essas substancias adentram em outros órgãos do corpo, podem causar infarto, AVCs, vários tipos de câncer, insuficiência vascular e perda de membros.”
O pneumologista reforça que a melhor maneira de evitar o vício é combatê-lo, e isso é o papel da família e da sociedade. Ele comemora que o Brasil é, hoje, referência no combate ao tabagismo: “Estamos sempre combatendo e alertando a população. E é um sucesso absoluto quando comparamos os dados de 1989 com os últimos, do ano de 2020. Saímos de 33% da população fumante, e agora estamos nos 10%. É uma queda considerável, digna de aplausos, quando a gente compara em termos de mundo”, relata. Isso se deve a uma força tarefa entre órgãos governamentais como o Ministério da Saúde e não-governamentais como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e a Sociedade Paraibana de Pneumologia, que desenvolvem um papel importantíssimo de combate ao tabagismo através de campanhas e ações ao longo do ano.
O especialista chama a atenção para uma novidade criada pela indústria do tabaco, o cigarro eletrônico. “Ele é uma porta de entrada para o tabagismo. Se apregoa que não faz mal, que pode ser fumado em qualquer ambiente e por qualquer pessoa. Na verdade, ele vem tentar levar as pessoas de volta ao vício. É tão perigoso quanto o cigarro normal. Contém a nicotina de forma disfarçada e outras substâncias. Vem com uma nova roupagem, parecendo inofensivo e cheio de atrativos, como cheiro, sabores e cores, o que atrai ainda mais os jovens. É preciso combatê-lo com a mesma força que o cigarro tradicional.”
O Ministério da Saúde dá algumas dicas para quem busca parar de fumar:
• Tenha determinação;
• Marque um dia para parar;
• Corte gatilhos do fumo;
• Escolha um método;
• Encontre substitutos saudáveis;
• Livre-se das lembranças do cigarro;
• Encontre apoio de amigos e familiares;
• Escolha a melhor alimentação;
• Procure apoio médico;
• Troque experiências em um grupo de apoio.
Se você quer parar de fumar e não consegue, busque tratamento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do seu município. O serviço também é oferecido em Unidades de Saúde da Família; em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais); Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e Centros de Saúde.